O Escritório de Serviços de Supervisão Interna das Nações Unidas (ONU) investiga supostos casos de exploração sexual de mulheres haitianas pelos chamados “cascos azuis”, como são conhecidos os soldados da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), liderada pelo exército brasileiro. O relatório recente ainda é confidencial e deve ser publicado ainda em junho, mas algumas informações já circulam nos meios de comunicação.
No informe constariam 480 denúncias de abusos ocorridos entre 2008 e 2013, sendo um terço dos casos envolvendo crianças. Em 2014, foi registrado um total de 51 acusações de abuso e exploração sexual nas missões da ONU. Em 2013, foram 66 denúncias. O relatório alerta que a assistência às vítimas é “severamente deficiente” e que é necessário esclarecer as regras.
No caso do Haiti, o relatório revela ainda que mais de 225 mulheres haitianas mantiveram relações sexuaiscom soldados da ONU em troca de comida, medicamentos, dinheiro, celulares e itens pessoais como sapatos e perfume.
Esse tipo de relações com os soldados é proibido e apenas sete do total das vítimas haitianas entrevistadas sabiam da censura. Segundo as Nações Unidas, os estados membros também são encarregados de investigarem a conduta de suas tropas. A Minustah está presente no país desde 2004, com mais de sete mil soldados. (pulsar/adital)