O Cadastro Ambiental Rural (CAR) tem sido instrumento de proprietários de terra para praticar grilagem em territórios indígenas e quilombolas. É o que afirma o professor do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP) Wagner Ribeiro. Segundo ele, por ser auto declaratório, o CAR permite que fazendeiros sobreponham suas propriedades em locais reivindicados por povos tradicionais.
Ribeiro afirma que o cadastro tem influência no aumento de violência no campo. Segundo ele, grande parte das áreas declaradas estão em terras indígenas e quilombolas. O pesquisador afirma que os proprietários estão declarando terras que não são deles, o que acaba aumentando os conflitos agrários.
O Cadastro Ambiental Rural foi criado para controlar, monitorar e combater o desmatamento das florestas e demais formas de vegetação nativa do Brasil.
O professor destaca que sempre houve suspeita de grilagem no registro para os imóveis rurais, mas há falta de fiscalização. Ele lamenta que o assunto irá parar no Judiciário. Ribeiro alerta que a politização da justiça brasileira pode ameaçar ainda mais as terras indígenas. (pulsar/rba)