O dia 16 de outubro é conhecido como o Dia Mundial da Alimentação Saudável, data que marca a criação da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), em 1945. A data tem a finalidade de chamar a atenção da população mundial para os problemas relacionados à fome e desnutrição, que assola cerca de 815 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo dados da ONU (Organização das Nações Unidas).
Porém, o Brasil tem pouco a comemorar. De acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), o Brasil consumiu quase 900 mil toneladas de agrotóxicos na safra de 2015, sendo o país que mais consome agrotóxicos desde 2009. A situação pode se agravar ainda mais com a aprovação do chamado Pacote de Venenos, como é conhecido o Projeto de Lei (PL) 6299/02.
Entre as medidas, o PL visa alterar o nome “agrotóxico” para “defensivo fitossanitário”, na tentativa de mascarar a nocividade das substâncias. Outro ponto criticado pelas organizações é que a avaliação de novos agrotóxicos deixaria de considerar os impactos à saúde e ao meio ambiente, e isso ficaria sujeito apenas ao Ministério da Agricultura e aos interesses econômicos do agronegócio, além do fato de que seria admitida a possibilidade de registro de substâncias comprovadamente cancerígenas, entre outras coisas.
Estes fatos são as principais preocupações de movimentos populares que, unidos, coletam assinaturas para tornar a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos, conhecida como Pnara, um projeto de lei. Para assinar, acesse o site da campanha.
De acordo com Marina Lacôrte, representante do Greenpeace na Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida, “A Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (PNARA) é uma iniciativa popular. Foram várias organizações da sociedade civil que se juntaram, se uniram em um coletivo para poder apresentar isso como um projeto de lei.”
O chamado Pacote de Venenos foi proposto pelo atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP-MT), conhecido como “Rei da soja”.
Também nesta segunda (16) o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realiza uma Jornada Nacional de Lutas para denunciar o avanço do agronegócio e da bancada ruralista no governo de Michel Temer. Por meio de ocupações de prédios e latifúndios, os sem-terra também denunciam os cortes do orçamento da reforma agrária no governo Temer. (pulsar/brasil de fato)