A Justiça da Argentina condenou à prisão perpétua 28 ex-repressores pelos crimes cometidos na base militar clandestina conhecida como “La Perla”, reconhecendo, pela primeira, que foram cometidos crimes de lesa humanidade no país também antes da última ditadura, que foi de 1976 a 1983.
De acordo com o promotor Jaime Díaz Gavier, envolvido no julgamento, é a primeira vez que o país reconhece a existência de terrorismo de Estado no período da democracia e execuções, torturas, além de roubos de bebês.
A sentença, que denuncia um “plano sistemático de extermínio”, abre caminho para que sejam investigados crimes durante o governo de Isabel Perón, que precedeu a ditadura.
Entre os réus, o mais famoso é o militar aposentado Luciano Benjamin Menendez, de 89 anos, que já cumpre outras sentenças de prisão perpétua por seu papel durante a ditadura. Acusado de assassinato e sequestros de opositores, ele era conhecido como “a hiena”, por rir durante as sessões de tortura.
O julgamento foi acompanhado de perto por centenas de parentes de vítimas e ativistas de direitos humanos, que comemoraram o veredito com gritos de “assassino”. (pulsar)
*Com informações da Agência Brasil