O mundo perde doze milhões de hectares de terras férteis por ano, o que equivale a 33 mil hectares por dia, indica um estudo publicado pela agência de notícias IPS. A pesquisa indica que a superfície terrestre em condições de secapassou de 10 para 15 por cento em 1970 e para mais do 30 por cento nos anos 2000.
O fenômeno que continua aumentando, afeta principalmente o continente africano. Segundo a Convenção das Nações Unidas para a Luta contra a Desertificação (UNCCD), dois terços das terras africanas são terras áridas ou desérticas.
Para refletir e avançar nas políticas e fazer frente ao problema, entre os dias 15 e 19 de agosto foi organizada a Conferência sobre as Secas na África, na Namíbia, organizada pela UNCCD e o governo do país anfitrião.
Daniel Tsegai, membro da UNCCD, manifestou durante a Conferência que “as secas são cada vez mais graves, mais frequentes, têm maior duração e são mais expansivas”. Segundo ele, há quatro aspetos que atingem no fenômeno: o meteorológico (clima), o hidrológico (águas superficiais), o agriculto (cultivo) e o socioeconômico ( as consequências para os seres humanos).
O evento teve como objetivo promover a “resiliência à seca”. Tsegai, explicou que a resiliência se define como a capacidade de um país de sobreviver às secas consecutivas e ser capaz de se recuperar.
De acordo com ele, os principais obstáculos para alcançar esta resiliência na África são a falta de uma base adequada de dados que inclua o clima, os recursos hídricos, a umidade do solo e o registro das secas passadas. Há também uma falta de cooperação entre os diversos setores e atores relevantes do país, ou da região, o que diminui a capacidade de aplicar medidas de redução de risco de secas. (pulsar/mst)