Um estudo divulgado na última terça-feira (22), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), indica que o aumento de homicídios continua no Brasil e vitima principalmente a população jovem. Segundo o Ipea, 59 mil 627 pessoas foram assassinadas em 2014, crescimento de 3,9 por cento em relação a 2013 e de 21,9 por cento em uma década. Deste total, 31 mil 419 eram jovens entre 15 e 29 anos, número que apresenta crescimento de quatro por cento em relação a 2013.
A taxa de homicídios geral no Brasil subiu de 26,5 para 29,1 mortes violentas por 100 mil habitantes entre 2004 e 2014, aumento de quase 10 por cento. A situação é pior no Nordeste, onde quase todos os estados apresentaram crescimento superior a 85 por cento na taxa de homicídios, com exceção de Pernambuco, onde a taxa caiu 27,3 por cento. No Rio Grande do Norte, a taxa subiu 308 por cento em dez anos. O estado de Alagoas detém a maior taxa: 63 mortes violentas para cada 100 mil habitantes.
Além de Pernambuco, outros seis estados, além do Distrito Federal, tiveram redução na taxa de homicídios entre 2004 e 2014: Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rondônia, Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo.
Se considerados somente os jovens negros, a situação piora drasticamente. Entre 2004 e 2014, a taxa de homicídio de afrodescendentes cresceu 18,2 por cento. Em 2014, para cada não negro assassinado, 2,4 indivíduos negros foram mortos.
Considerando-se somente a idade de 21 anos, pico das chances de uma pessoa sofrer homicídio no Brasil,pretos e pardos têm 147 por cento mais chance de serem vitimados por homicídios, em relação a indivíduos brancos, amarelos e indígenas. (pulsar/rba)