Milhões de crianças expulsas de suas casas devido à violência e conflitos, ou na esperança de encontrar um futuro melhor e mais seguro, enfrentam novos perigos ao longo do caminho – incluindo o risco de afogamento em travessias marítimas, desnutrição e desidratação, tráfico, sequestro, estupros e até assassinatos. O quadro é preocupante. De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em 2015, mais de 100 mil crianças não acompanhadas pediram asilo em 78 países – o triplo do número de 2014.
O relatório, intitulado “Desenraizados: a crescente crise de crianças refugiadas e migrantes”, e divulgado na última quarta-feira (7) apresenta um quadro sombrio da vida e situações de milhões de crianças e famílias afetadas por conflitos violentos e outras crises, situações que fazem parecer mais seguro arriscar tudo em um viagem perigosa do que permanecer em casa.
De acordo com o relatório, cerca de 50 milhões de crianças, em todo o mundo, migraram através de ou dentro de suas fronteiras, ou foram deslocadas à força. Mais de metade desse número – 28 milhões – são meninos e meninas com menos de 18 anos que fugiram da violência e da insegurança.
Além disso, o documento aponta que mais e mais crianças estão atravessando as fronteiras por conta própria. Em 2015, mais de 100 mil crianças não acompanhadas pediram asilo em 78 países – o triplo do número de 2014. As crianças não acompanhadas estão entre aquelas com maior risco de exploração e abuso, incluindo por parte de contrabandistas e traficantes.
Em termos de distribuição geográfica, o relatório assinala que a Turquia acolhe o maior número total derefugiados recentes e, muito provavelmente, o maior número de crianças refugiadas no mundo. Em termos percentuais, o Líbano acolhe o maior número de refugiados por uma margem esmagadora: cerca de uma em cada cinco pessoas no Líbano é refugiada.
Na região das Américas, que abriga mais de seis milhões de crianças migrantes – um quinto do total global –, o Brasil é o sétimo país com o maior número de emigrantes e imigrantes em 2015, e o oitavo que recebeu o maior número de imigrantes crianças. O Brasil foi o destino de 714 mil crianças em 2015. Em contrapartida, pouco mais de um milhão e meio de crianças deixaram o país, também em 2015. (pulsar/onu)