Ao se candidatar para ser sede dos jogos olímpicos de 2016, o Rio de Janeiro elaborou um dossiê com uma série de metas ambientais que seriam deixadas na cidade após o evento esportivo. A pouco menos de um mês para o início dos jogos, a cidade não conseguiu cumprir nenhum dos compromissos pré-estabelecidos.
O assunto foi tema e uma reportagem especial do jornal Folha de S. Paulo, que detalhou a situação do saneamento básico e da recuperação ambiental na capital fluminense. A Baía de Guanabara, que tem sido um dos principais assuntos quando se fala em áreas inapropriadas para as atividades náuticas, não é o único problema da cidade.
Durante a candidatura, o dossiê com compromissos para os jogos exaltou o legado que seria deixado à população e isso foi um dos grandes motivos que colaboraram para a escolha da cidade-sede. No entanto, o que se viu foram promessas não cumpridas e uma série de incertezas.
A Lagoa de Jacarepaguá, por exemplo, que está ao lado do Parque Olímpico tem sido usada há décadas para o despejo de esgoto sem tratamento. Nem o saneamento usado na Vila Olímpica está finalizado. A Cedae, empresa carioca de saneamento básico, promete concluir o sistema que abrangerá a área olímpica até 15 de julho. Mesmo assim, outras cem mil pessoas que moram na região continuarão tendo seu esgoto indo direto para a lagoa.
Na Baía de Guanabara a situação é ainda pior. O local receberá as competições de vela e é um dos principais símbolos do fracasso do planejamento ambiental da Rio 2016. A intenção era conseguir limpar 80 por cento do esgoto emitido pelas 9 milhões de pessoas que dependem da Baía. No entanto, o sistema de saneamento só foi de 16 por cento para 48 por cento.
De acordo com a Secretaria Ambiental, seriam necessários 12 bilhões de reais para universalizar o saneamento básico dos 15 municípios no entorno do Rio, mas a verba é inviável para o governo, que passa por uma grave crise financeira. (pulsar/ciclovivo)