Indígenas de pelo menos treze etnias do Baixo Tapajós realizaram na manhã desta quarta-feira (07) um protesto pelas ruas de Santarém, no Oeste do Pará.
o ato marcou o encerramento do seminário: “O indígena, a floresta, o campo e as águas: vozes e políticas no Baixo Tapajós”, realizado nos dois últimos dias no auditório Luzia Fati do Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Santarém (STTR/STM).
De acordo com a coordenação do evento, a decisão de realizar um ato ocorreu após os últimos acontecimentos em que povos indígenas do planalto foram desrespeitados e não foram ouvidos nas discussões que tratam de grandes projetos na região, o que tem causado a invasão de suas terras por produtores de soja que também procuram uma abertura de acesso ao rio para a construção de um porto que escoe os grãos.
A manifestação reuniu mais de 100 pessoas, entre indígenas e lideranças de outros movimentos sindicais. O ato saiu do STTR e foi até a sede da Prefeitura de Santarém para tentar uma conversa com o prefeito sobre os problemas gerados nas terras indígenas.
O prefeito de Santarém, Nélio Aguiar (DEM), tem se manifestado em audiências públicas e à imprensa favorável a construção de portos no município.
A equipe do seminário foi recebida pelo vice-prefeito, José Maria (PR) e seu filho, o vereador Junior Tapajós (PR), que tentaram convencer os indígenas a desistirem do ato, alegando que o prefeito não se encontrava no município.
Diante das tentativas do vice-prefeito e seu filho de enfraquecer o movimento, os indígenas tentaram acesso ao gabinete, mas foram impedidos pela Polícia Militar que foi chamada ao Palácio Jarbas Passarinho para conter o protesto.
Até o fechamento desta edição, os indígenas continuavam na sede do poder executivo de Santarém a espera do prefeito para exigir um posicionamento sobre a grave situação dos indígenas na cidade. (pulsar)
*A reportagem foi realizada pelo comunicador Eduardo Enrique, que também integra a rede Mídia dos Povos, para a Pulsar Brasil.