A nova “lista suja” do trabalho escravo, divulgada na última quarta-feir (3) pelo Ministério da Economia, traz 48 novos empregadores. A Animale, marca de roupas de luxo que subcontratou costureiros imigrantes bolivianos e os submeteu a jornadas de mais de doze horas por dia passa a integrar o cadastro. Os dez trabalhadores resgatados dormiam nas oficinas, dividindo o espaço com baratas e instalações elétricas mambembes com risco de incêndio, conforme revelou a Repórter Brasil em dezembro de 2017. Essa é a primeira “lista suja” do trabalho escravo divulgada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.
Outro novo integrante da “lista suja” é o produtor da Fazenda Cedro II, do Triângulo Mineiro, Helvécio Sebastião Batista, que comercializa o Café Fazenda Cedro. A marca de café ostenta selos de boas práticas de certificadoras internacionais. Duas delas, a Nespresso e a Rainforest Alliance, informaram à Repórter Brasil que suspenderão a certificação. A Starbucks vai investigar e disse que pode suspender.
Os auditores-fiscais do trabalho constataram na fazenda, após fiscalização ocorrida em julho de 2018, seis trabalhadores com jornadas exaustivas que iam, em alguns casos, de seis horas da manhã até 11 horas da noite, além de condições de higiene consideradas degradantes nos alojamentos.
Com as novas inclusões, a “lista suja” totaliza 187 empregadores flagrados com a exploração de mão de obra análoga à escravidão.
A Work Global Brasil e a Serviço de Domésticas e Babás Internacionais (SDI) também entraram no cadastro por submeterem imigrantes filipinas a condições análogas à escravidão como empregadas domésticas e babás em São Paulo. (pulsar/repórter brasil)