Um estudo realizado pelo Centro de Inovação dos Trabalhadores da Argentina, divulgado na última segunda-feira (14), mostrou que o poder aquisitivo dos 10 por cento mais pobres do país caiu 23,8 por cento nos últimos quatro meses.
A pesquisa, que foi encomendada pelo órgão estatal Conicet (Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas), aponta como principais causas desse fenômeno o aumento da tarifa de luz elétrica e de gás, o reajuste dos preços dos alimentos e aluguéis, e a eliminação dos impostos de exportação dos bens industriais e agrícolas.
De acordo com o estudo, “as famílias com maiores recursos possuem um padrão de consumo intensivo focado em serviços e bens duráveis. As famílias com menos recursos, por outro lado, possuem um padrão focado em alimentos, transporte, aluguel e serviços públicos, como eletricidade”. Portanto, no atual quadro os principais prejudicados são os mais pobres.
Segundo o órgão, o preço dos alimentos aumentou em 39 por cento entre fevereiro de 2015 e 2016; os aluguéis, em 63 por cento; e as tarifas de energia, em 405 por cento no mesmo período. Estes três itens representam mais de 50 por cento dos gastos das famílias mais pobres.
A pesquisa aponta que as decisões econômicas tomadas desde a posse do presidente Maurício Macrigeraram uma dinâmica de preços que implicariam em uma taxa de inflação anual, até outubro de 2016, de cerca de 55 por cento. O estudo mostra que não há perspectiva de desaceleração da inflação. (pulsar/opera mundi)