Houve crescimento da violência contra Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT) em 2016, no Brasil. É o que aponta o relatório divulgado pelo Grupo Gay da Bahia, no qual foram registradas 343 mortes de LGBTs. Esse número corresponde a uma morte a cada 25 horas. Em 2015, haviam sido levantados 318 casos. O último relatório do Grupo foi divulgado nesta segunda-feira (23).
Há 37 anos, o Grupo Gay da Bahia faz o trabalho de resgatar dados e informações nas cinco regiões do país para o relatório. Segundo o levantamento, os crimes contra LGBTs atingem todas as cores, idades e classes sociais. Dos dados levantados, 64% das vítimas eram brancas e 36% negras. A mais jovem tinha 10 anos e a mais velha 72.
As mortes de pessoas entre 19 a 30 anos foram a maioria, referentes a 32% dos casos. Em seguida, menores de 18 anos , que representam 20,6% dos casos. O GGB aponta que os dados também denunciam a grande vulnerabilidade a que estão expostos adolescentes LGBT no país.
Quando se fala de vulnerabilidade, as travestis e transexuais seguem sendo a população que mais sofre violência. O relatório do Grupo Gay afirma que , proporcionalmente, uma mulher trans tem 14 vezes mais chance de ser assassinada do que um homem cisgênero gay.
Os gays, por outro lado, são o grupo que registrou maior número de mortes em 2016: 173. Seguido por trans e travestis, com 144. Houve 10 vítimas identificadas como lésbicas e 4 como bissexuais. Assassinatos de heterossexuais também foram registrados, contabilizando 12. Esse número se refere a pessoas em relacionamento com pessoas trans do sexo oposto ou que morreram por defender LGBTs, como foi o caso do ambulante assassinado no metrô de São Paulo.
Este ano, além dos homicídios, o grupo decidiu incluir na contagem os suicídios de pessoas LGBT, motivados pelo preconceito e discriminação contra identidade de gênero e/ou orientação sexual. O relatório também chama a atenção para a falta de estatísticas e dados oficiais relativos a violência contra a população LGBT no país. As próprias polícias não possuem sistema ou protocolo para inserir termos relativos a sexualidade em seus boletins, o que dificulta o levantamento de dados e as investigações. Ou seja, apenas em 60 casos. Para acessar o relatório compelto clique aqui. (pulsar/sul21)