Nas três principais capitais em que houve disputa em segundo turno no último domingo (30), a soma das abstenções e dos votos brancos e nulos superou o total de votos recebidos pelos prefeitos eleitos. Assim como havia ocorrido no primeiro turno em São Paulo, quando o prefeito eleito, João Dória (PSDB), teve menos votos do que a soma dos brancos, nulos e abstenções, agora, no segundo turno, isso se repetiu no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e em Porto Alegre.
Em Curitiba, a soma das abstenções, brancos e nulos ficou um pouco abaixo do total de votos recebidos pelo prefeito eleito, Rafael Greca (PMN). Greca recebeu 461 mil 736 votos e a soma dos votos nulos, brancos e abstenções atingiu 422 mil 153 votos.
No Rio de Janeiro, por exemplo, não compareceram às urnas um milhão 314 mil 950 eleitores, 149 mil 866 votaram em branco e 569 mil 536 anularam os votos. Ou seja, dois milhões 34 mil 352 optaram por não votar nem em Marcelo Crivella (PRB), que venceu a disputa com um milhão 700 mil 30 votos, nem em Marcelo Freixo (PSOL), que conquistou um milhão 163 mil 662 votos.
Para o cientista político da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Geraldo Tadeu Moreira, o crescimento expressivo das abstenções e dos votos brancos e nulos demonstra a insatisfação do eleitorado com a classe política. Ele acredita que o atual sistema político possui baixa representatividade e é evidente a necessidade de reformas.
Na capital mineira, o empresário Alexandre Kalil (PHS) venceu a disputa com 628 mil e 50 votos enquanto as abstenções, os votos brancos e os nulos somaram 742 mil e 50 votos, uma diferença superior a 100 mil votos.
Em Porto Alegre, o tucano Nelson Marchezan também se elegeu com menos votos do que o somatório daqueles que deixaram de votar ou preferiram votar em branco ou anular o voto. Marchezan obteve 402 mil 165 votos, enquanto a soma dos votos brancos, nulos e as abstenções ficou em 433 mil 751.
Apesar do alto índice de abstenções, vale lembrar que isso não é considerado na apuração do resultado final do pleito. Para um candidato ser eleito são computados apenas os votos válidos, que não levam em conta os votos brancos e nulos. (pulsar)
*Com informações da Agência Brasil