Passados exatos um ano e 11 meses desde o trágico rompimento da barragem da empresa Samarco, uma subsidiária das mineradoras Vale e BHP Billiton, na cidade de Mariana, interior de Minas Gerais, os atingidos pela lama de rejeitos e os familiares das 19 vítimas do desastre seguem sem qualquer reparação. Por sua vez, as empresas responsáveis pelo empreendimento seguem sem nenhuma punição.
Essa foi a denúncia feita na manhã da última segunda-feira (2), por militantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que protestaram em frente à sede da Vale no bairro do Leblon, região nobre do Rio de Janeiro.
Com gritos de “Eles sabiam que ia romper, Samarco, Vale e BHP”, atingidos e movimentos que compõem a Frente Brasil Popular (FBP), entre outros; levaram cruzes simbolizando os mortos da tragédia.
Joceli Andreoli, da coordenação nacional do MAB, lembrou que a lama destruiu comunidades inteiras, deixando devastação por onde passou e, até o momento, não há perspectivas de uma revitalização do meio ambiente.
Durante o ato, atingidos pela lama de rejeitos deram depoimentos sobre a situação da região da Bacia do rio Doce e relataram como os moradores ainda são negligenciados pelas empresas responsáveis pelo desastre.
Entre as denúncias, está a inoperância da Fundação Renova, instituição fruto do Termo de Transação de Ajustamento de Conduta (TTAC) acordado entre Samarco, Vale e BHP, o governo federal e os estados de Minas Gerais e Espírito Santo.
Segundo Camila Brito, militante do MAB no Vale do Aço, em Minas Gerais, os atingidos da bacia não recebem sequer água potável.
O ato em frente à Vale faz parte da programação do 8º Encontro Nacional do MAB, que acontece entre os dias 1º e 5 de outubro, na cidade do Rio de Janeiro. (pulsar/brasil de fato)