Moradores da lagoa do bairro Independente um ocuparam a sede do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em Altamira, no Pará, na última segunda-feira (26). O objetivo é pressionar o governo federal para encaminhar uma solução para garantir o direito à moradia de 500 famílias atingidas por Belo Monte que não são reconhecidas pela Norte Energia.
Iury Paulino, da coordenação do Movimento Atingidos por Barragens (MAB) afirma que a Norte Energia descumpre uma das condicionantes mais importantes, a do saneamento de Altamira, quando permite que 500 famílias vivam em área permanentemente alagadiça dentro da cidade, sem água potável e tratamento de esgoto.
Os atingidos só desocuparam o local após as três e meia da tarde, mediante o compromisso da representante da casa de governo de que o secretário adjunto de articulação social virá na próxima terça-feira (4) para iniciar uma espécie de mesa de negociações com a comunidade e demais órgãos responsáveis, como prefeitura de Altamira, Ibama, Ministério Público Federal e Defensoria Pública da União.
A ocupação de segunda-feira ocorreu após a presidenta do Ibama, Suely de Araújo, se reunir com a comunidade. A Norte Energia alega que não há impacto de Belo Monte no local pois ali há a existência de um “aquífero suspenso”, isolado do lençol freático. O Ibama considerou a teoria plausível e exigiu da empresa um ano de monitoramento do local para comprovar a tese. Para os atingidos, a Norte Energia é diretamente interessada em não reconhecer o direito dos moradores, sendo suspeita ao realizar o estudo. (pulsar/mab)