Brasileiros e alemães são os povos mais preocupados com a vigilância que governos fazem a cidadãos na internet, mostra pesquisa encomendada pela Anistia Internacional, divulgada nesta semana.
O levantamento foi feito em 13 países, ouvindo 15 mil pessoas sobre a percepção pessoal a respeito da vigilância e privacidade na rede. Participaram homens e mulheres com mais de 18 anos de idade da Austrália, do Brasil, da Grã-Bretanha, do Canadá, da França, Alemanha, Holanda, Nova Zelândia, das Filipinas, da África do Sul, Espanha, Suécia e dos Estados Unidos. No Brasil, foram ouvidas mil e seis pessoas entre os dias 4 e 11 de fevereiro de 2015.
Os que mais se opõem a que seu próprio governo monitore os cidadãos são os alemães, seguidos pelos espanhóis e brasileiros. Nos resultados globais, 59 por cento disseram ser contrários a que governos monitorem seus cidadãos e 71 por cento reprovam a espionagem dos Estados Unidos a outros países. Entre brasileiros e alemães, 80 por cento disseram que os americanos não devem interceptar, armazenar ou analisar a utilização da internet em seus países.
De acordo com o assessor de Direitos Humanos da Anistia Internacional no Brasil, Maurício Santoro, isso ocorre por causa da grande repercussão que tiveram as denúncias de Edward Snowden contra a NSA, a agência de segurança nacional norte-americana, que teria monitorado a presidenta Dilma Roussef e a chanceler alemã Angela Merkel.
Santoro destaca que a aprovação do marco civil da internet, no ano passado, colocou o Brasil como referência mundial nos debates sobre direitos humanos e internet, inclusive na questão da privacidade. Por outro lado, ele observa que, ao mesmo tempo em que cresce o acesso à internet no país, com metade dos brasileiros conectados, e a preocupação com a privacidade na rede, as pessoas se expõem mais do que deveriam nas redes sociais. (pulsar)
*Informações da Agência Brasil