Dados do Mapa da Violência mostram que, enquanto a taxa de homicídios por armas de fogo na região Sudeste caiu 41,4 por cento entre 2004 e 2014, na região Nordeste o índice dobrou. Segundo o estudo, o crescimento do índice na maior parte dos estados do Nordeste, em um curto período, aconteceu porque os governos tiveram que enfrentar uma pandemia de violência para a qual estavam “pouco e mal preparados”.
Conforme o estudo, a taxa média de homicídios por armas de fogo no Nordeste em 2014 foi 32,8 por 100 mil habitantes, bem acima da taxa da região que vem imediatamente a seguir, Centro-Oeste, com 26 por 100 mil habitantes e um aumento de 39,5 por cento entre 2004 e 2014. No mesmo ano de 2014, o índice do norte foi 23,1 e do sul 16,3 por 100 mil habitantes.
O índice considerado tolerável pela ONU (Organização das Nações Unidas) é de 10 homicídios por arma de fogo a cada 100 mil habitantes. Os municípios de Mata de São João, na Bahia, e Murici e Satuba, ambos em Alagoas, com índices de 102, 100 e 95 homicídios por cem mil habitantes, têm os maiores índices de mortes por armas de fogo do país.
Em situação oposta ao Nordeste, na região Sudeste a violência armada mostrou queda acentuada: em 2004 o índice foi 23,9 e em 2014 caiu para 14 por 100 mil habitantes.
O Mapa da Violência também aponta um paradoxo nas taxas de homicídio por armas entre negros e brancos, de 2003 e 2014. Enquanto o número de vítimas negras desse tipo de violência subiu 9,9 por cento no período, o de vítimas brancas caiu 27,1 por cento. Os dados mostram que os negros morrem 2,6 vezes mais que os brancos por armas de fogo e que 94 por cento das vítimas são homens. (pulsar)
*Com informações da Agência Brasil