Milhares de pessoas participaram no último domingo (15), na Praia de Copacabana, da vigésima edição da Parada do Orgulho LGBTs do Rio de Janeiro. Com o lema “Palavras Ferem, Violência Mata”, a parada deste ano quer chamar a atenção da população para os casos de violência sofridos por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no país.
De acordo com os últimos dados da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, em 2012, foram registradas 9 mil 982 violações contra a população LGBTs em todo o país, 46,6 por cento a mais do que no ano anterior.
Mais de 80 por cento dos casos envolvem violência psicológica, 74 por cento discriminação e 33 por cento violência física. Os números somados superam 100 por cento porque cada violação pode envolver mais de um tipo de violência.
A Parada do Orgulho LGBT do Rio é organizada há 20 anos pela organização não governamental (ONG) Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT. Segundo o presidente da ONG, Almir França, nesse período, houve avanços, como a criação de programas estaduais e municipais para defender a comunidade LGBT em todo o país. Mas também houve retrocessos.
Ele comenta que um dos retrocessos foi a aprovação do Estatuto da Família e que também houve avanço do fundamentalismo [religioso] e de ideias heterossexistas higienizadas.
O coordenador especial de Diversidade Sexual da prefeitura do Rio de Janeiro, Carlos Tufvesson, destacou que a violência contra a população LGBT é preocupante. Tufvesson destacou que a cada 23 horas, um cidadão é assassinado no Brasil em um crime de ódio.
A ala de abertura da parada foi formada pelas Mães pela Diversidade, composta por mães de LGBTs. Elas protestam contra o Estatuto da Família (Projeto de Lei 6 mil 583/2013), aprovado pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados criada para avaliar o projeto. O texto define família apenas como a união de homem e mulher e seus filhos, excluindo, portanto, casais homossexuais. (pulsar)
*Informações da Agência Brasil