O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo tem nova reunião na próxima quinta-feira (2) com representantes das empresas comerciais de comunicação – Rede Globo, SBT, Record, Grupo Bandeirantes, entre outras – para buscar pôr fim a negociação que se arrasta desde 2015.
A categoria está há dois anos sem reajuste salarial. Os jornalistas acusam os patrões de protelar as negociações e judicializar a questão.
Em entrevista para o “Seu Jornal”, da TV dos Trabalhadores (TVT), o presidente do Sindicato dos Jornalistas, Paulo Zocchi, classificou o posicionamento do patronato como prepotente ao alegar que, diante da crise econômica do país, não teriam condições para reajustes. Para Zocchi, o objetivo é “cortar o reajuste da inflação”.
Os trabalhadores reivindicam reajuste de 19,17%, considerando a inflação acumulada para o período, desde 1º dezembro (data-base de categoria) de 2015. A proposta oferecida pelos patrões é de 12,89%, o que acarretaria perda de mais de 6% no valor real dos salários. Decisão da Justiça determinou a imediata reposição de 10,94%, mas os patrões recorreram.
O presidente do sindicato contesta o argumento de fragilidade econômica das empresas, e reclama da falta de dados claros sobre o rendimento dos grupos jornalísticos nos últimos anos. “Os números, em geral, são uma caixa-preta.”
Como comparação, Zocchi utiliza os números divulgados pela Globo, que por ter capital aberto é obrigada a divulgar balanço. Em 2014, as organizações dos irmãos Marinho registraram lucro líquido de 2,4 bilhões de reais. No ano seguinte, subiu para mais de 3 bilhões de reais, contrariando a ideia de crise econômica no setor. (pulsar/rba)