Renda, oportunidade e localização podem ser fatores determinantes no futuro escolar de qualquer criança. Se a situação do ensino público no Brasil tem graves problemas em todas as regiões, nas áreas mais pobres é ainda pior. Falta de recursos para construir e equipar escolas, pagar salários dignos aos professores e transporte escolar perpetuam as desigualdades.
Um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), publicado em 2012, mostra que em 2009 as regiões com maior percentual de alunos em risco de abandonar a escola eram Norte e Nordeste, as duas mais pobres do país. Na zona rural dessas regiões o percentual de crianças atrasadas chega a ser duas vezes maior que no Sul e no Sudeste.
De acordo com o documento do Unicef, das 3 milhões e 700 mil crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos que estão fora da escola, a maioria está nas zonas rurais. Entre os alunos matriculados nessas regiões, 65 não conta com transporte escolar. Os moradores do campo têm em média quase quatro anos de estudo a menos que os da cidade.
Outro fator determinante é a cor da pele. Enquanto 30,67 dos estudantes brancos termina o ensino fundamental com idade maior que a ideal, o percentual chega a 50,43 entre as crianças negras. Segundo o Unicef, no ensino médio apenas 6 dos alunos matriculados são indígenas. (pulsar/RBA)