O incêndio, que já dura quase um mês, tem transformado em cinzas mais de 25 por cento da Terra Indígena Arariboia, no Maranhão, onde vivem os povos Tenetehara/Guajajara e um grupo Awá Guajá isolado. Em protesto, indígenas Guajajara se reuniram, recentemente, em frente ao Ministério do Meio Ambiente, em Brasília, para exigir do governo federal uma ação coordenada e efetiva no combate à tragédia. O fogo, com extensão de 90 quilômetros, já consumiu mais de 100 mil hectares de floresta amazônica da reserva.
Para Sônia Guajajara, da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), as instituições estariam brigando entre si, sem conseguirem definir uma estratégia efetiva de combate ao fogo.
As lideranças indígenas acreditam que madeireiros e grileiros teriam ateado fogo, em diferentes pontos da reserva, em represália ao controle dos territórios pelos indígenas. De acordo com o Greenpeace, a terra indígena é alvo de constantes invasões de madeireiros e, até 2014, oito por cento, ou seja, 41 mil hectares do território foram desmatados.
Ainda segundo a organização, os primeiros focos de incêndio em Arariboia teriam começado antes, ainda em agosto, há quase 50 dias. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deve abrir uma investigação para apurar os responsáveis pelo incêndio, considerado criminoso.
Entidades da sociedade civil e lideranças indígenas têm cobrado a elaboração do Plano de Prevenção e Controle de Desmatamento e das Queimadas no Maranhão (PPCD-MA) pelo governo estadual, que alega não haver recursos para custear o plano.
A região de Arariboia é um território de Floresta Amazônica e compreende uma área de 413 mil hectares, nos municípios de Amarante do Maranhão, Arame, Bom Jesus das Selvas, Buriticupu, Grajaú e Santa Luzia. A terra abriga mais de cinco mil índios que vivem distribuídos em 140 aldeias. (pulsar/adital)