Em missão no Brasil para recolher informações e testemunhos sobre violação dos direitos socioambientais por parte de empresas, o Grupo de Trabalho (GT) da ONU (Organização das Nações Unidas) visita comunidades impactadas no Rio de Janeiro (Santa Cruz), em Minas Gerais (Mariana), no Pará (Altamira-Belo Monte) e acolhe diversas outras denúncias.
Piquiá de Baixo é uma comunidade de 320 famílias que sofrem diariamente a poluição de cinco empresas siderúrgicas e uma fábrica de cimento instaladas ao lado das casas. O polo siderúrgico do município de Açailândia, a 550 Km da capital maranhense São Luís, é alimentado pelo minério de ferro que a empresa Vale S.A. extrai de Carajás, a maior mina de ferro do mundo.
Uma pesquisa realizada pela Federação Internacional dos Direitos Humanos denuncia numerosas violações de direitos e graves impactos sobre a saúde, responsabilizando por isso as empresas siderúrgicas, a Vale S.A., o município de Açailândia, o Estado do Maranhão e o Governo Federal. A ONU já interpelou formalmente o Governo brasileiro sobre o caso, por meio de uma carta de Relatores Especiais das Nações Unidas e do próprio GT que visita o Brasil.
Por duas vezes o caso dessa comunidade foi denunciado em audiências temáticas na Comissão Interamericana de Direitos Humanos, em Washington. Até o Papa Francisco já manifestou sua solidariedade para com a comunidade de Piquiá de Baixo.
Os próximos dias desse último mês do ano serão decisivos e a comunidade de Piquiá de Baixo mais uma vez conseguiu fazer chegar sua voz até as mais altas instituições de defesa de direitos humanos do mundo. (pulsar/combate racismo ambiental)