Na última semana, a Justiça Federal suspendeu a construção da Usina Hidrelétrica de Panambi, na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul. A suspensão ocorreu após o Ministério Público Federal (MPF) ingressar com ação contra o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e as Centrais Elétricas Brasileiras (Eletrobrás).
Serão milhares de pessoas atingidas com a construção do projeto binacional das hidrelétricas de Garabi e Panambi. Somente no lado brasileiro, as duas usinas vão alagar áreas de 19 municípios e atingir cerca de sete mil e 500 gaúchos, o que pode comprometer a subsistência de comunidades ribeirinhas da região. No lado argentino, serão mais de cinco mil pessoas atingidas. Todos os moradores serão desalojados pela formação dos reservatórios.
A população vive o drama antigo do projeto binacional desde 2008, quando um acordo assinado entre Brasil e Argentina resgatou o projeto hidrelétrico para a região.
O MPF alega que a construção da hidrelétrica, nos moldes pretendidos, deve alagar em torno de 60 hectares da unidade de conservação de proteção integral do Parque Estadual do Turvo, área de conservação da Mata Atlântica. (pulsar/brasil de fato)