A Frente Nacional pela Volta das Ferrovias (FerroFrente) entrou com uma ação civil pública pedindo à Justiça do Rio de Janeiro que não autorize o funcionamento da nova Linha Quatro do metrô. A justificativa é de que o sistema não foi objeto de testes suficientes, nem foi certificado por empresa internacional independente, o que pode colocar a população em risco.
Segundo a ação, “as obras destinadas às Olimpíadas têm sido realizadas, em alguns casos, com atropelos no cronograma”. A tragédia ocorrida na Ciclovia Tim Maia já teria demonstrado “a precariedade da qualidade técnica dos projetos desenvolvidos sob os poderes públicos do Rio de Janeiro, colocando em dúvida as obras de engenharia atualmente em execução, especialmente aquelas desenvolvidas para o evento das Olimpíadas”.
A FerroFrente alega que o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Jonas Lopes Carvalho Junior, afirmou que o início dos testes preparatórios para a operação da Linha 4 estava marcado para outubro de 2014, e deveriam prosseguir até setembro de 2015. “Somente depois disso seria possível fazer testes com passageiros, que se encerrariam em janeiro de 2016, mas até agora nenhum teste preparatório foi iniciado”.
Há duas semanas, relatório do TCE chegou à conclusão de que havia pouco tempo para a conclusão das obras. Em entrevista, o presidente do órgão manifestou “preocupação de que com essa celeridade fosse prejudicada a qualidade da obra e até mesmo o seu andamento.
O presidente da Ferrofrente, José Manoel Ferreira Gonçalves, diz que no Brasil, e particularmente no Rio de Janeiro, em função da pressa em terminar as obras para os Jogos Olímpicos, a política atropela o rigor técnico exigido por projetos de engenharia que envolvem grande público. Segundo ele, que é formado em engenharia civil, a passarela Tim Maia foi projetada com erro de cálculo. (pulsar/rba)