Um estudo publicado na revista médica britânica Lancet no último dia 29, cruzou dados de mil e 300 estudos sobre aleitamento materno em 153 países e concluiu que a amamentação prolongada – período de 12 meses ou mais – poderia salvar a vida de, pelo menos, 800 mil bebês anualmente em todo o mundo.
Essas 800 mil mortes equivalem a 13 por cento de todas as mortes de crianças com menos de dois anos no mundo. Com a amamentação, os bebês são protegidos de infecções, diarreias e alergias e têm diminuído o risco de desenvolver doenças como hipertensão, obesidade, diabetes e colesterol. O estudo aponta ainda que adultos amamentados por mais tempo têm melhor desenvolvimento intelectual.
As mães também seriam beneficiadas pela prática. O estudo estima que 20 mil mortes por câncer de mama poderiam ser evitadas anualmente, já que a amamentação diminui o risco desta doença em seis por cento. Também contribui para evitar o desenvolvimento de câncer nos ovários, além de auxiliar na recuperação pós-parto.
Segundo o estudo, a situação da amamentação é pior no Primeiro Mundo. A taxa de aleitamento materno no Reino Unido é de apenas um por cento das crianças. Na Irlanda e na Dinamarca, é de dois e três por cento. Nos países ricos, apenas uma em cada cinco crianças é amamentada até os 12 meses. Já nos países pobres, o índice é de uma em cada três.
A melhora na taxa de amamentação não seria benéfica somente para a saúde. Segundo o estudo, se as taxas de aleitamento materno chegassem a 90 por cento no mundo, a economia seria de 300 bilhões de dólares.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a amamentação exclusiva até os seis meses e a amamentação associada à ingestão de outros alimentos até os dois anos. Hoje, cerca de 35 por cento das crianças do mundo estão sendo alimentadas de acordo com esta recomendação. (pulsar/rba)