A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou situação de emergência em saúde pública de interesse internacional em relação ao Zika vírus. O anuncio foi realizado em entrevista coletiva na última segunda-feira (1º), após reunião em Genebra, na Suíça, e visa a organizar o enfrentamento à doença em todas as nações. A organização expediu alerta similar, na última vez, em 2014, em resposta à epidemia de Ebola na África.
O alerta máximo é baseado na possível ligação entre o vírus e casos de malformação congênita em fetos. No fim de 2015, o Brasil registrou aumento expressivo em casos de microcefalia, que coincidiu com a proliferação do Zika no país, contudo, ainda não foi comprovado o paralelo sugerido.
A existência do Zika vírus é de conhecimento da comunidade médica há algumas décadas, porém, nunca havia sido comprovada correlação com síndromes neurológicas e malformação fetal. O Brasil analisa cerca de 3 mil e 400 casos de microcefalia que podem estar ligadas ao vírus. O aumento nos casos despertou as autoridades médicas do país, e agora, de todo o mundo. Em 2014, apenas 147 bebês foram registrados no país com a malformação.
A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, afirmou em pronunciamento que depois da análise dos indícios, o comitê foi da opinião de que os aglomerados de microcefalia e outras complicações neurológicas constituem um evento extraordinário e uma ameaça à saúde pública para outras partes do mundo.
Não existe uma vacina para a doença que se manifesta, muitas vezes de forma silenciosa, sem sintomas. O Zika foi identificado em 24 países na América e sua forma de proliferação é através da picada do mosquito Aedes aegypti, também transmissor dos vírus da dengue e chikungunya.
Ainda não existe uma perspectiva da comunidade científica em comprovar a microcefalia ao Zika. O presidente do comitê da OMS, David L. Heymann, destacou que são necessários mais estudos, visto que o Zika, por si só, "não é uma condição clinicamente séria". (pulsar/rba)