Desde quinta-feira (16) está no ar a plataforma online #ChegaDeAgrotóxicos. A campanha tem como proposta aumentar a mobilização da sociedade na luta contra projetos de lei que coloquem ainda mais venenos nas mesas das famílias brasileiras.
Preocupadas com o chamado Pacote do Veneno – uma série de medidas que visam liberar ainda mais o uso de agrotóxicos no Brasil –, diversas organizações da sociedade se juntaram para construir a plataforma #ChegaDeAgrotóxicos. O site recolhe assinaturas contrárias ao Projeto de Lei 6 mil 299/2 mil e 2, do agora ministro da agricultura Blairo Maggi, e divulga informações sobre os riscos dos agrotóxicos.
Carla Bueno, da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, explica que o objetivo deste movimento é alertar a sociedade para o risco que estamos correndo caso o Pacote do Veneno seja aprovado. Segundo ela, a proposta do movimento é apoiar a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (PNaRA), que é composta por uma série de medidas que restringem os agrotóxicos e pode livrar o Brasil do posto de maior consumidor de venenos do mundo.
A PNaRA foi construída há mais de dois anos, numa parceria entre a sociedade civil e o governo, no contexto da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica. Na época não pôde ser implementada pois foi vetada pelos ruralistas. Entre as medidas contidas na PNaRA, estão o fim das isenções fiscais para agrotóxicos e a criação de zonas livres de agrotóxicos e transgênicos para incentivar a agroecologia no Brasil.
Bueno destaca ainda que o agronegócio, além de ser 100 por cento dependente do uso de agrotóxicos, representa um grande entrave para o desenvolvimento da agroecologia e a produção de alimentos saudáveis. A ativista aponta que é preciso dar um basta nos ruralistas, e iniciar uma transição do modelo de produção agrícola no Brasil e para isso a Reforma Agrária se coloca na ordem do dia.
A plataforma #ChegaDeAgrotóxicos é assinada pela Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, Greenpeace, Associação Brasileira de Saúde Coletiva, Associação Brasileira de Agroecologia, Articulação Nacional de Agroecologia, Aliança Pela Alimentação Saudável, Aliança de Controle do Tabagismo, Central Única dos Trabalhadores, Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, FIAN Brasil, Fiocruz, Fórum Brasileiro de Segurança e Soberania Alimentar, Idec, Slow Food e Via Campesina. (pulsar)
*Com informações da plataforma #ChegaDeAgrotóxicos