Um relatório divulgado pelo Greenpeace nesta terça-feira (27) indica que o Brasil desmatou entre agosto de 2017 e julho de 2018 uma área equivalente a um milhão de campos de futebol. Os dados mostram que o desmatamento no país cresceu 13,72 por cento.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, a área total desmatada é de sete mil e 900 quilômetros quadrados, equivalente a 5,2 vezes a cidade de São Paulo. A destruição representa a derrubada ou queimada de mais de um bilhão de árvores.
“É mais ou menos 1 milhão de campos de futebol desmatados em apenas um ano”, disse o coordenador de políticas públicas do Greenpeace Brasil, Marcio Astrini.
Astrini acredita que a situação pode piorar se o presidente eleito, Jair Bolsonaro, concretizar suas promessas de modificar algumas leis ambientais. “Essa situação está ruim e ela pode piorar ainda porque o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, fez uma série de ameaças ao meio ambiente durante a campanha eleitoral: acabar com áreas protegidas, unidades de conservação, terras indígenas, diminuir os poderes de fiscalização e de punir o crime ambiental”, exemplifica.
Segundo Astrini, foram essas medidas, que contribuíram para a proteção das florestas e a diminuição do desmatamento há alguns anos no Brasil. “Se ele [Jair Bolsonaro] acabar com tudo isso, se ele diminuir a capacidade de punir o crime, o desmatamento na Amazônia pode explodir de forma inimaginável. Está todo mundo muito preocupado com o que pode acontecer”, advertiu o coordenador de políticas públicas do Greenpeace Brasil.
Entre 2004 e 2012, graças a medidas de controle impostas pelos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o Brasil registrou uma diminuição progressiva do desmatamento. O problema voltou a se agravar nos últimos anos, com o aumento do poder do lobby do agrobusiness.
Bolsonaro, apoiado pela poderosa bancada ruralista, vem anunciando uma série de medidas que podem resultar no aumento das destruições das florestas. Entre elas, a proposta de fusão dos ministérios do Meio Ambiente com o da Agricultura, que suscitaram uma onda de críticas, mas ainda não convenceram o presidente eleito a voltar atrás. (pulsar/carta capital)