Os índios guaranis que lutam contra a reintegração de posse da Aldeia Tekoa Itakupe, na região do Pico do Jaraguá, zona oeste da capital paulista, participam pela segunda vez de reunião com a Polícia Militar nesta terça-feira (5), para dialogar sobre a ação de reintegração, que ainda não tem data definida. No último sábado (2), um ritual pela permanência na Aldeia foi acompanhado por ativistas.
A reintegração foi determinada e autorizada pelo Tribunal Regional Federal da 3ª região de São Paulo. Porém, a Fundação Nacional do Índio (Funai) já apresentou um recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) e aguarda análise do presidente da entidade, ministro Ricardo Lewandoski, o que deve ocorrer nos próximos dias. As lideranças guaranis dizem que já há a demarcação do território por estudo antropológico feito pela Funai em 2013 e que falta apenas a assinatura do ministro da Justiça para o reconhecimento.
O território reivindicado pelos guaranis na região do Jaraguá é extenso, são 532 hectares divididos entre área de ocupação indígena e de preservação do Parque do Pico do Jaraguá. No entanto, menos de dois hectares foram homologados em 1987, a menor terra indígena do Brasil.
Hoje, a aldeia homologada fica numa área bastante urbanizada, que praticamente descaracteriza uma terra indígena, e possui 130 famílias com 700 pessoas no total. O projeto dos índios é fazer uma transferência para a Tekoa Itakupe, que tem território de 720 mil metros quadrados, com vegetação intacta e acesso a cachoeiras.
Antonio Tito Costa, ex-deputado e ex-prefeito de São Bernardo do Campo garante que é dono do terreno desde 1947 e que nunca houve índios na região. De acordo com lideranças indígenas, ele planeja construir um condomínio de luxo no local. (pulsar/rba)