Milhares de professores voltaram às ruas de Buenos Aires na última quarta-feira (22) em uma nova manifestação por melhores salários e condições para docentes da rede pública na Argentina.
A Marcha Federal Educativa em direção à Praça de Maio, diante da sede do governo de Mauricio Macri, acontece no quarto dia de paralisação nacional dos professores da rede pública e um dia depois de o presidente dizer que lamentava pela “terrível desigualdade entre aquele [estudante] que pode ir a uma escola particular e aquele que tem que cair na escola pública”.
Os professores da rede pública na Argentina estão mobilizados desde o começo de março, quando abriram o ano letivo com manifestações em várias cidades do país e 48 horas de paralisação.
Os docentes exigem um aumento salarial de 35 por cento, para compensar a inflação de 40 por cento registrada no país em 2016, e negociação nacional, e não provincial, como pretende o governo Macri. Eles afirmam que desativar a negociação de salários a nível nacional é uma violação da lei argentina e impede um acordo sobre o salário que servia de base para as discussões em cada uma das províncias.
O governo Macri pretende fixar um limite às reivindicações salariais deste e de outros setores e afirma que os professores têm motivações políticas, já que este ano se realizam eleições legislativas na Argentina.
Professores partiram de todo o país para marchar em Buenos Aires nesta quarta-feira, e docentes da rede particular também participaram do protesto em solidariedade aos colegas do setor público.
Macri fez a declaração em detrimento do ensino público na terça-feira (21) enquanto apresentava os resultados de uma avaliação do ensino na Argentina, pontuando que é “muito ruim” a situação da educação no país e ressaltando que estudantes do setor público apresentaram desempenho pior do que aqueles do ensino particular no estudo realizado pelo governo.
Docentes e sindicatos de várias categorias repudiaram a declaração de Mauricio Macri, apontando a arbitrariedade do exame elaborado pelo governo federal para avaliar alunos das redes pública e privada. Eles destacaram também como a apresentação do presidente se deu em meio às três semanas de mobilização dos funcionários da educação pública e a um dia da marcha nacional dos professores. (pulsar/opera mundi)