O governo federal, representantes do setor privado e de organizações da sociedade civil renovaram nesta terça-feira (25) a moratória da soja até 31 de maio de 2016. O pacto é para que a indústria e exportadores não comprem soja de áreas desflorestadas no bioma Amazônia. A referência para interdição à compra, que eram as áreas desflorestadas depois de julho de 2006, passou a ser as áreas desflorestadas após julho de 2008, seguindo o marco estabelecido pelo novo Código Florestal.
O Ministério do Meio Ambiente, que representa o governo na moratória, divulgou dados sobre o monitoramento de áreas durante a vigência do acordo, anteriormente previsto para expirar em 31 de dezembro deste ano. No período de 2007 a 2013, em 73 municípios de Mato Grosso, do Pará e de Rondônia, que respondem por 98 por cento da soja plantada no bioma da Amazônia, foram identificados mais de 47 mil hectares do cereal em áreas desflorestadas após o início do pacto, e, portanto, em desacordo com a moratória.
O plantio em áreas não permitidas cresceu quase 18 mil hectares, equivalentes a uma alta de 61 por cento entre as safras de 2012/2013 e 2013/2014. De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, houve pressão econômica em razão da alta do preço da soja.
Segundo números divulgados pelo ministério, a área plantada irregularmente com soja corresponde a 4,6 por cento do desflorestamento ocorrido no período nos 73 municípios produtores e a 0,9 por cento da área desmatada no bioma Amazônia como um todo. Ainda de acordo com o órgão, a taxa média de desflorestamentos nos municípios monitorados caiu 5,1 vezes após a implantação da moratória.
O objetivo do governo é que a moratória continue até que seja aperfeiçoado o monitoramento de desflorestamento por meio do Cadastro Ambiental Rural, instituído pelo novo Código Florestal, que deve ser implantado também até 2016. O sistema de cadastro começou a operar em maio deste ano, e, até o momento, foram registrados 10 por cento das cinco milhões e 600 mil propriedades rurais no país. (pulsar/rba)