Quase 15 por cento dos jovens da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), cerca de 40 milhões, não trabalham, não estudam e não estão em formação. Além disso, de acordo com a oitava edição do relatório Society at a Glance, mais de dois terços não buscam ativamente um emprego.
O estudo, lançado nesta quarta-feira (5), traça o panorama e a tendência dos indicadores sociais nos 35 países da organização, assim como na Argentina, no Brasil, na China, Índia, Indonésia, Rússia, Arábia Saudita e África do Sul.
A conclusão é que “a Grande Recessão provocou uma perda esmagadora de empregos, e os jovens foram particularmente atingidos”, sendo que a recuperação tem sido incapaz de devolver empregos aos jovens entre 15 e 29 anos, principalmente aos menos qualificados.
Segundo o estudo, quase um em cada dez empregos que até 2007 eram ocupados por jovens com menos de 30 anos perderam-se até 2014, sendo que nos países mais afetados pela crise – Espanha, Grécia e Irlanda – o número de jovens empregados diminuiu para metade no mesmo período.
Em alguns países, como a Turquia, o México ou o Chile, a baixa participação feminina no mercado de trabalho leva a altas taxas de jovens inativos. As jovens têm maior probabilidade de estar sem emprego e sem estudar do que os rapazes, o que se deve à necessidade de cuidar dos filhos. Para isso, a OCDE destaca a importância de disponibilizar creches econômicas.
O estudo mostra também que os jovens com níveis de escolaridade inferiores ao ensino secundário representam mais de 30 por cento dos inativos e têm três vezes maior probabilidade de não trabalhar e não estudar do que os jovens com uma licenciatura.
Embora mais da metade dos jovens numa seleção de países nunca tenham ficado sem trabalhar e sem estudar, cerca de um quinto estão nessa situação há mais de um ano. (pulsar/rba)