Após consulta pública encerrada na última semana, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mantém parecer favorável à liberação do agrotóxico 2,4-D (2,4-diclorofenoxiacético), apesar dos riscos apresentados à saúde. Tendo participado do processo, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) segue defendendo o banimento da substância no país e reclama da decisão.
A nutricionista do Idec, Ana Paula Bortoletto, afirou à Rede Brasil Atual que foi muito preocupante essa posição da Anvisa. Segundo ela, o Idec tem posição da Organização Mundial da Saúde (OMS) dizendo que esse tipo de agrotóxico afeta o sistema reprodutivo, o cérebro e é apontados como potencialmente cancerígeno. De acordo com a nutricionista, já tem evidências científicas suficientes para proibir o uso dessa substância, no Brasil.
O 2,4-D é um dos ingredientes ativos do “agente laranja”, composto que ficou conhecido durante a Guerra do Vietnã (1955-1975), quando foi usado como arma química pelos Estados Unidos e provocou graves problemas de saúde na população local, e também nos próprios soldados, com aumento da incidência de câncer, problemas neurológicos e no sistema endócrino.
Atualmente, esse composto é o segundo agrotóxico mais vendido no Brasil, sendo aplicado em plantações de arroz, aveia, café, cana-de-açúcar, centeio, cevada, milho, pastagem, soja e trigo. Segundo a Anvisa, faltam evidências conclusivas sobre os riscos à saúde.(pulsar/rba)