Os homicídios de mulheres negras aumentaram 54 por cento em dez anos no Brasil, passando de mil 864, em 2003, para dois mil 875, em 2013. Enquanto, no mesmo período, o número de homicídios de mulheres brancas caiu 9,8 por cento, saindo de mil 747 em 2003 para mil 576 em 2013. É o que aponta o Mapa da Violência 2015: Homicídio de Mulheres no Brasil, estudo elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), divulgado nesta segunda-feira (9).
Nesta edição, o estudo foca a violência de gênero e revela que, no Brasil, 55,3 por cento desses crimes aconteceram no ambiente doméstico, sendo 33,2 por cento cometidos pelos parceiros ou ex-parceiros das vítimas. Com base em dados de 2013 do Ministério da Saúde, ele aponta ainda que 50,3 por cento das mortes violentas de mulheres são cometidas por familiares.
Sobre a idade das vítimas, o Mapa da Violência aponta baixa incidência até os 10 anos de idade, crescimento até os 18 e 19 anos, e a partir dessa idade, uma tendência de lento declínio até a velhice. O país tem taxa de 4,8 homicídios para cada 100 mil mulheres, a quinta maior do mundo, conforme dados da Organização Mundial da Saúde que avaliaram um grupo de 83 países.
Segundo o Mapa da Violência, diversos estados evidenciaram “pesado crescimento” na década, como Roraima, onde as taxas de homicídios femininos cresceram 343,9 por cento, ou Paraíba, onde mais que triplicaram, chegando a 229,2 por cento. Entre 2006, ano da promulgação da Lei Maria da Penha, e 2013, apenas cinco estados registraram quedas nas taxas: Rondônia, Espírito Santo, Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro.
O estudo completo sobre homicídio de mulheres no Brasil está disponível no site do Mapa da Violência. (pulsar)
*Com informações da Flacso