A intolerância chegou no mundo acadêmico. Três professores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) foram ameaçados – um deles de morte -, recentemente, por conta do teor de pesquisas que desenvolvem dentro da instituição. Além do trio de docentes, uma aluna do mestrado também foi ameaçada dias antes da apresentação de sua dissertação. Todas as pesquisas estão relacionadas à divisão sexual do trabalho.
Parte dos casos foi denunciada pelo reitor da universidade, João Carlos Salles, quando divulgou uma moção de repúdio contra os ataques, a maioria deles feitos nas redes sociais. No comunicado, o reitor se manifesta contra “a opressão diante das tentativas de cerceamento de todo um campo de produção do conhecimento científico”, o que ele atribui a uma onda de conservadorismo no país.
Em nota, o reitor destaca que em episódios recentes, foram verificadas “ameaças de morte e outros tipos de violência contra uma docente, pesquisadora do Neim (Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher); a tentativa de impedimento de defesa de uma dissertação de Mestrado de aluno do IHAC (Instituto de Humanidades, Artes e Ciências), tendo que solicitar a segurança da própria Universidade; e a perseguição e ridicularização nas redes sociais de projetos de pesquisa e extensão que versam sobre essas temáticas”.
A professora citada, que teve o nome preservado pela instituição, recebeu as ameaças por desenvolver pesquisas relacionadas à divisão sexual do trabalho. Os ataques contra ela ocorrem há cerca de um mês. Além de lecionar, a vítima é pesquisadora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (Neim), grupo de estudos sobre gênero e sexualidade vinculado à graduação de Ciências Sociais.
De acordo com a assessoria da UFBA, a instituição tem tomado todas as providências para garantir a segurança dos envolvidos e a realização dos eventos científicos, aumentando, inclusive, a segurança nos locais em que a professora ministra aulas. (pulsar/portal fórum)