O Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) determinaram a suspensão imediata do consumo da água dos poços da região de Caetité e Lagoa Real, no Centro-Sul da Bahia. A decisão ocorreu após a confirmação da contaminação da água do local por alto teor de urânio.
Há 15 anos a extração do material radioativo na região é feita pela estatal federal Indústrias Nucleares do Brasil (INB). Trata-se da única mina de urânio explorada em toda a América Latina.
Além da medida tomada para assegurar a segurança da população, o Ibama informou que a INB pode ser multada por omitir informações. Laudos técnicos e despachos comprovam que a estatal realizou duas inspeções em poço na região e encontrou água contaminada com índices do metal pesado mais de quatro vezes superiores ao limite estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
Apesar de ter feito coleta de água em outubro do ano passado e em março, a INB só comunicou a prefeitura de Lagoa Real no fim de maio. No período, não houve comunicação da estatal sobre o caso para o ministério ou o Ibama, órgão responsável por licenciar e fiscalizar qualquer tipo de empreendimento ou denúncia envolvendo material radioativo.
A INB nega irregularidades no caso, sob justificativa de que a área do poço contaminado, uma região conhecida como Varginha, está a 20 quilômetros de distância de sua mineração e não faz parte da área que deve fiscalizar. Segundo a prefeitura de Lagoa Real, a própria INB já havia comunicado os moradores da contaminação da àgua. (pulsar)
*Com informações do Correio da Bahia