Um relatório do Banco Mundial mostra que as mulheres são legalmente impedidas de participar do mercado de trabalho em vários pontos do mundo. Segundo o documento, 100 de 173 economias monitoradas pelo organismo internacional têm restrições ao trabalho feminino. Em 41 países, por exemplo, mulheres não podem exercer determinadas funções em fábricas. Além disso, em 30 economias, mulheres casadas não podem escolher onde morar.
De acordo com o levantamento em 29 países as mulheres não podem trabalhar à noite e, em 19, são legalmente obrigadas a obedecer ao marido. O estudo também mostra que em 18 economias as mulheres não podem ter emprego sem permissão do marido. Além disso, somente metade dos países monitorados pelo Banco Mundial têm licença-paternidade e menos de um terço oferece licença parental, o que limita a possibilidade de os homens dividirem com as mulheres o cuidado dos filhos.
No Brasil não existem restrições legais explícitas ao trabalho feminino. No entanto, Masra de Abreu, assessora técnica do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), ressalta que as brasileiras ainda não conquistaram condições igualitárias no mercado de trabalho. Para ela, o papel da mulher ainda é naturalizado como cuidadora do lar e da família.
Masra de Abreu cita como exemplo dessa realidade os períodos das licenças maternidade e paternidade previstos na lei brasileira. Com um tempo muito maior para a mãe do que para o pai já se sabe quem vai cuidar da casa e quem vai trabalhar. Ela afirma que é uma luta do movimento feminista que a licença-paternidade seja no mínimo de um mês. (pulsar/geledés)