O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça a condenação a um total de mil e 77 anos de cadeia para os integrantes de uma organização especializada em grilagem de terras e crimes ambientais em Novo Progresso, no sudoeste do Pará. O grupo foi pego em 27 de agosto pela operação Castanheira, uma investigação da Polícia Federal, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Receita Federal e MPF. A denúncia foi feita à Justiça no último dia 23 de setembro.
Parte da quadrilha está em prisão preventiva, parte já conseguiu relaxamento da prisão e outros estão foragidos. Em relação aos presos que já foram soltos, o MPF já recorreu à Justiça para pedir a manutenção das prisões. No total, são 23 acusados.
De acordo com a denúncia, o grupo invadia terras públicas, desmatava e incendiava as áreas para formação de pastos e depois vendia como fazendas. A prática chegava a render para a quadrilha 20 milhões de reais por fazenda.
Segundo a investigação, mais de 15 mil hectares foram desmatados pela quadrilha, resultando em um prejuízo ambiental equivalente a 500 milhões de reais. Para o Ministério Público Federal, as pessoas e empresas que promovem negócios com este tipo de quadrilha, para o arrendamento ou compra das áreas invadidas, podem estar sujeitas às mesmas penas. Todas as áreas griladas ficarão bloqueadas e não serão objeto de regularização fundiária.
A BR-163, onde a quadrilha atuava, concentrou cerca de 10 por cento de todo o desmatamento da Amazônia nos últimos dois anos. Na data da operação Castanheira, a taxa de desmatamento semanal era de mais de três mil hectares, caindo para 900 hectares na semana seguinte. Já na primeira semana de setembro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou desmatamento zero. (pulsar/combate racismo ambiental)