O ex-presidente do Uruguai José Mujica expressou, em seu programa de rádioM-24 desta quarta-feira (25), seus “temores” com relação ao resultado das eleições argentinas que, em segundo turno inédito, acabaram com a vitória do opositor Mauricio Macri como o novo presidente do país.
O ex-líder do Uruguai desejou que a Argentina caminhe o melhor possível, mas afirmou temer pela estabilidade institucional do país num desenho político que não é fácil, segundo Mujica.
Na terça-feira (24), Mujica já havia comentado sobre o resultado das eleições argentinas durante seu discurso de inauguração do décimo Fórum Anual do Progressismo no Chile. Na ocasião, ele reprovou, inclusive, a intenção de Macri de invocar a cláusula democrática contra a Venezuela, anunciada em sua primeira conferência de imprensa, na segunda (23).
De acordo com o recém-eleito presidente argentino, Maduro estaria violando a liberdade de expressão e perseguindo opositores. O partido governista venezuelano, o PSUV, repudiou o discurso de Macri, classificando-o como “uma lástima” e um “ato de ingerência interna”.
Após a vitória da oposição que encerrou os 12 anos de governos kirchneristas, os movimentos sociais e correntes políticas que apoiaram a Frente para a Vitória, do candidato derrotado Daniel Scioli, começam a planejar a reorganização e as estratégias futuras para “impedir um retrocesso” nas políticas sociais e de direitos humanos no país.
Na noite de domingo (22), Macri (Cambiemos) foi o vencedor de uma das eleições mais acirradas dos últimos anos na Argentina, com 51,40 por cento dos votos, contra 48,60 por cento do seu adversário, Scioli. Em declarações recentes, o candidato apoiado pela atual mandatária, Cristina Kirchner, disse que agora é preciso as expectativas de mudanças propostas pelo seu rival devem ser traduzidas em ações concretas. (pulsar/opera mundi)