Desde 2007, é celebrado no Brasil o Dia de Combate à Intolerância Religiosa em 21 de janeiro. Em 2014, o Disque 100 registrou 149 denúncias de discriminação religiosa no país. Mais de um quarto (26,17 por cento) ocorreu no estado do Rio de Janeiro e 19,46 por cento, em São Paulo. O número total caiu em relação a 2013, quando foram registradas 228 denúncias, mas, mesmo assim, mostra que a questão não foi superada no país. As principais vítimas são as religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda.
Segundo a coordenadora da organização não governamental (ONG) Criola, Lúcia Xavier, houve, no ano passado, diferentes ações contra a intolerância religiosa, como manifestações e publicação de vídeos, mas não quer dizer que houve menos invasões de casas e agressão pela não permissão do uso de indumentárias em espaços públicos.
Para Lúcia, a discriminação das religiões de matriz africana está ligada ao racismo. De acordo com os dados do Disque 100, no ano passado, 35,39 por cento das vítimas eram negros. Os brancos correspoderam a 21,35 por cento e os indígenas, a 0,56 por cento. Os demais não informaram.
De acordo com o professor de filosofia da religião da Universidade de Brasília Agnaldo Cuoco Portugal, muitas vezes, a intolerância extrapola a religião e relaciona-se com questões socioeconômicas e políticas. Entre casos extremos de intolerância, ele cita o recente ataque à redação do semanário francês Charlie Hebdo e os ataques consequentes a mesquitas.
No Brasil, segundo o professor, para combater a intolerância é necessária uma imprensa ativa, canais de participação e acesso a denúncias pela sociedade e a própria educação religiosa. (pulsar)
Com informações da Agência Brasil