Nesta semana, a Polícia Federal cumpriu uma série de mandados de prisão e de busca e apreensão como parte das ações de uma operação que investiga esquemas envolvendo parlamentares, empresários e a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor). As ações colocaram em debate a corrupção e o funcionamento dos serviços de transporte público no estado.
Ao todo, foram expedidos seis mandados de prisão preventiva, quatro de prisão temporária, quatro de condução coercitiva, além de 35 mandados de busca e apreensão. O empresário Jacob Barata Filho, Felipe Picciani, filho do presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Jorge Picciani, e Lélis Teixeira, ex-presidente da Fetranspor, foram levados em prisão preventiva na última terça-feira (14). Ao mesmo tempo, o deputado Jorge Picciani foi levado até a sede da Polícia Federal, no Rio, para prestar depoimento.
Para Marta Moraes, coordenadora geral do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) e membro do Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe), essa ação coloca em evidência o que os movimentos sociais já vêm denunciando há tempos no Rio de Janeiro.
Nas investigações, Jacob Barata FIlho, dono de mais de 25 empresas de ônibus no Rio, conhecido como “Rei do ônibus”, é suspeito de pagar propina para políticos em troca de decisões favoráveis a seus negócios, como aumento da tarifa de ônibus.
O líder do governo na Alerj, o deputado Edson Albertassi (PMDB), é outro alvo da ação. Ele foi indicado pelo governador Luiz Fernando Pezão para o Tribunal de Contas do Estado (TCE). Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a indicação de Albertassi para a vaga de conselheiro no TCE pode ter sido uma manobra para retomar espaços de interesse no conselho.
Já o deputado Jorge Picciani é suspeito de receber propina da Fetranspor em nome da empresa de sua família chamada Agrobilara, que é comandada por seu filho, Felipe. Em nota enviada à imprensa, o parlamentar disse que ele e seu filho são inocentes. No texto, ele garante que a Alerj não atua a serviço de grupos de interesse. (pulsar/brasil de fato)