A Terceira Marcha das Mulheres Negras no Centro do Mundo reuniu no último domingo (30), na orla da Praia de Copacabana, cerca de 5 mil pessoas pelos cálculos dos organizadores. As ativistas defenderam os direitos das mulheres negras a maior acesso à educação de qualidade, à saúde, ao convívio em comunidade e à segurança. A Polícia Militar não informou o número de participantes.
A mobilização foi para celebrar o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, com data oficial em 25 de julho, e os dez anos da Lei 5071/2007, que instituiu a data no calendário oficial do estado do Rio de Janeiro. Uma das organizadoras do evento, a psicóloga, professora e vice-presidente do Centro de Tradições Afro-Brasileiras (Cetrab), Dolores Lima disse que a Marcha denuncia o racismo e o sexismo, que colocam as mulheres negras na base da pirâmide do mercado de trabalho. Lima ressaltou que as manifestantes estão nas ruas para dizer ao capitalismo e ao machismo que as mulheres negras têm lugar nessa sociedade, historicamente, desde que o primeiro navio negreiro aportou aqui.
Ainda na manifestação, alguns participantes fizeram declarações contrárias às reformas trabalhista e da Previdência, que, segundo Dolores, afetam diretamente as mulheres negras. A vice-presidente do Cetrab disse que, embora seja crescente o número de mulheres negras em mestrados e doutorados, permanece a diferença de remuneração delas no mercado de trabalho, em relação ao homem tanto negro quanto branco, e ainda na comparação com a mulher branca.
Ainda na área da educação, a psicóloga apontou que falta também, nas escolas, um preparo para o enfrentamento ao racismo. Segundo ela, a escola não está preparada para combater o racismo. A professora destacou que os estudantes passam por um processo de discriminação, em que a própria instituição não prepara os profissionais para a discussão do racismo.
A programação da marcha incluiu, no fim da caminhada, no bairro do Leme, uma feira de artesanato para divulgação de trabalhos realizados por mulheres negras. (pulsar)
*Informação da Agência Brasil