Foi enterrado, na manhã da última quinta-feira (29), no cemitério da Vila Formosa, na zona leste de São Paulo, o corpo do jovem Leandro de Souza Santos de 19 anos, conhecido como Chiclete, assassinado na terça-feira (27) por policiais militares na Favela do Moinho, localizada na região central de São Paulo.
Entre gritos que clamavam por justiça e pelo fim da Polícia Militar de São Paulo, familiares, vereadores e moradores da Favela do Moinho, local onde o jovem morava e foi assassinado, se despediram do garoto.
Manoel Viana, conhecido como Ligeiro, é dono de uma padaria na Favela do Moinho. Ele mora na comunidade “há mais de 20 anos” e se diz revoltado com as seguidas investidas da PM contra os moradores. A morte de Leandro de Souza Santos, explica o padeiro, só trouxe revolta aos moradores da comunidade.
Santos foi perseguido pela polícia e executado com cinco tiros durante uma ação da PM de São Paulo, comandada por homens da Rota (Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar), por volta das 9 horas da manhã da última terça-feira (27).
Um martelo também foi encontrado no local do crime e familiares afirmam que o corpo do jovem apresentava sinais de tortura, na cabeça, nos dentes e nos joelhos. Leandro morava na Favela do Moinho e, segundo familiares, era usuário de drogas. Apesar disso, moradores afirmam que Chiclete não participava de qualquer ação de tráfico.
O vereador Eduardo Suplicy (PT-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores de São Paulo, garantiu que colocará o caso da morte de Leandro em debate na próxima reunião do grupo.
Em nota, a Polícia Militar “informa que todos os fatos que ocorreram na operação realizada pela Rota na Comunidade do Moinho, estão sendo investigados em Inquérito Policial Militar, instaurado pela Corregedoria da PM”. (pulsar/brasil de fato)