Enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegava à Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba, no Paraná, por volta das dez e meia da noite do último sábado (7), agentes da PF deflagraram repressão violenta contra a vigília pacífica que era realizada por apoiadores de Lula no local. De acordo com Roberto Baggio, da Direção Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), “O início da violência partiu da Polícia Federal, que começou a jogar bombas, disparar tiros, gás lacrimogêneo sobre os manifestantes – pais, mães, jovens, crianças”.
O presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) do Paraná, Dr. Rosinha, reforçou que os primeiros disparos foram realizados por agentes da PF, enquanto lideranças do ato em favor de Lula negociavam condições para a continuidade da vigília. Pouco antes da ofensiva das polícias, a Justiça do Paraná havia expedido uma liminar de interdito proibitório para impedir aglomerações de pessoas no entorno da sede da PF.
Após a repressão inicial da PF, a Polícia Militar (PM) do Paraná interveio para delimitar o espaço do interdito proibitório em torno da sede da PF. Durante ação da PF e da PM, bombas de efeito moral foram lançadas contra o ato, que ocorria desde a manhã e reunia representantes de quatro denominações religiosas diferentes, artistas, famílias, professores e estudantes, além de militantes dos movimentos populares que integram as frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular.
Enquanto os apoiadores de Lula eram agredidos pelas forças de segurança, um ato anti-Lula transcorria a poucos metros de distância, sem sofrer nenhum tipo de interferência. Enquanto o helicóptero que trazia Lula aterrissava no terraço da PF, manifestantes chegaram a atirar fogos de artifício em sua direção, mas nem isso levou a uma intervenção das polícias.
Em entrevista coletiva após a ação, o tenente-coronel Mário Henrique do Carmo, comandante do 20° batalhão da PM do Paraná, confirmou que as primeiras agressões contra os apoiadores de Lula partiram de agentes da Polícia Federal (PF). O tenente-coronel da PM do Paraná também esclareceu que não houve tentativa de invasão do prédio por parte dos manifestantes, diferentemente do que teriam argumentado agentes da PF para justificar a repressão. Pelo menos oito pessoas ficaram feridas. (pulsar/brasil de fato)