Pelo menos metade das brasileiras foram demitidas no período de até dois anos depois da licença-maternidade, segundo pesquisa em andamento na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Realizado em um universo de 247 mil mães, com idade entre 25 e 35 anos, o estudo aponta também que, após seis meses de estabilidade, a probabilidade de demissão de mulheres que acabaram de se tornar mães é de dez por cento.
De acordo com Mariana Salinas Serrano, advogada trabalhista e co-fundadora da Rede Feminista de Juristas, a situação é mais recorrente do que se imagina. Para a advogada, o alto número de demissões de mulheres com esse perfil é fruto de discriminação.
Mesmo com diferentes justificativas para as demissões, as mães acreditam que a maternidade foi o principal motivo. É o caso da advogada Graziella Branda, que foi despedida três dias depois de voltar da licença-maternidade. Já havia sido contratada outra pessoa para sua vaga.
Já Carla Ferreira era gerente de uma multinacional e foi demitida no dia em que terminou seu período de estabilidade, ou seja, tempo em que a lei garante a permanência no emprego. Ela conta que não esperava passar por essa situação, principalmente porque a empresa tinha um grande número de mulheres em cargo de chefia.
A maioria das mães entrevistadas aponta que as demissões são consequência do preconceito e do machismo no ambiente de trabalho, além do fato de que a maioria dos chefes são homens. (pulsar/brasil de fato)