Na última quarta-feira (29), Philip French – diretor de relações públicas e desenvolvimento social do COI (Comitê Olímpico Internacional) – se reuniu com Maria da Penha Macena, moradora da comunidade Vila Autódromo, e com Ana Paula Oliveira, que teve o filho foi morto pela polícia em Manguinhos. Estiveram presentes no encontro ainda representantes da Rede Nosso Jogo (Initiative für globales Fair Play), da organização Terre des Hommes (Children Win) e da Anistia Internacional Brasil. O objetivo foi discutir as violações de direitos humanos no contexto dos Jogos Olímpicos da Rio2016.
Maria da Penha descreveu como quase todas as 600 famílias da Vila Autódromo foram expulsas, as pressões sofridas, como ela foi agredida fisicamente por agentes da lei e teve sua casa demolida. Ela pediu ao COI para monitorar o cumprimento do acordo final feito entre a comunidade e as autoridades municipais para a urbanização da área para as 20 famílias restantes. Também pediu que o Comitê tome medidas adequadas para evitar despejos forçados em futuros Jogos Olímpicos.
Ana Paula descreveu como seu filho, de 19 anos de idade, foi executado pela polícia em Manguinhos antes da Copa do Mundo e como a comunidade agora sofre com frequentes operações policiais violentas que resultam em pessoas mortas e feridas. Ela pediu ao COI para se comunicar com o comitê organizador Rio 2016 e as autoridades brasileiras para garantir que eles tomem todas as medidas adequadas para evitar violações e execuções em operações policiais antes e durante os Jogos.
A discussão foi aberta e Philip French ouviu atentamente as preocupações levantadas pelas comunidades e se comprometeu a transmitir essas mensagens para o Comitê Organizador local Rio 2016.
A Anistia Internacional organizou a petição Rio 2016: a violência não faz parte desse jogo! O objetivo é responsabilizar as autoridades pela violência e abusos cometidos e qualquer pessoa pode assinar. (pulsar/anistia internacional)