Representante do Movimento ao Socialismo (MAS), Evo Morales foi reeleito presidente do Estado Plurinacional da Bolívia em primeiro turno na tarde da última quinta-feira (24), com 47,04 por cento dos votos. O quarto mandato começa em janeiro de 2020 e termina em dezembro de 2025.
A apuração manual, iniciada no domingo (20) de eleições, durou cinco dias e foi marcada pelo equilíbrio em relação ao segundo colocado Carlos Mesa, da Comunidade Cidadã. Para vencer as eleições em primeiro turno, Morales precisava de 10 pontos percentuais de vantagem, e superou essa marca após 99 por cento das urnas apuradas – a diferença sobre Mesa chegou a 10,5 pontos percentuais, cerca de 642 mil votos, e a curva de crescimento tornou-se irreversível para o candidato opositor.
Em terceiro lugar, ficou o pastor evangélico Chi Huyn Chung (Partido Democrata Cristão), com 8,8 por cento dos votos.
Com 193 golpes de Estado entre 1825 e 1982, a Bolívia experimentou durante os 14 anos de governo do MAS uma estabilidade política e econômica sem precedentes. O Produto Interno Bruto (PIB) cresce em uma média acima dos quatro por cento ao ano, e a pobreza extrema caiu de 38,2 para 15,2 por cento.
Analistas políticos bolivianos têm interpretado que a nova reeleição de Morales encerraria esse ciclo de estabilidade e conciliação, tamanha revolta demonstrada pela oposição durante a contagem dos votos.
Desde o início da campanha, o ex-presidente Mesa tem colocado em dúvida a credibilidade do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE). Às vésperas da votação, falou em “resistência civil” em caso de derrota em primeiro turno, instigando a população a não aceitar o resultado das urnas. No domingo, ele ressaltou sua desconfiança em relação ao órgão eleitoral e convocou a Organização dos Estados Americanos (OEA) e embaixadores de países da União Europeia a questionarem o processo de apuração. (pulsar/brasil de fato)