Rios e igarapés que serpenteiam o município de Barcarena, no Pará, estão contaminados por metais tóxicos de efluentes da lama vermelha de uma das bacias da empresa Hydro Alunorte. Este foi o resultado do segundo relatório técnico apresentado esta semana pelo Instituto Evandro Chagas (IEC).
A análise feita nas águas do rio Pará chamou a atenção do químico Marco Marcelo Oliveira Lima, pesquisador em Saúde Pública da Seção de Meio Ambiente do Instituto. Foram encontrados altos níveis de alumínio, apesar do grande volume de água do rio.
Lima afirma que o rio Pará é um dos mais estudados pelo IEC ao longo de anos e destaca que nunca se apresentaram resultados com níveis tão elevados como se observou nesta última análise.
As amostras de água também foram coletadas nos rios Murucupi, Arienga, Arapiranga e Guajará do Beja, além dos igarapés Curuperê, Dendê e de um igarapé que é afluente do Tauá. O instituto também coletou amostras de lama dentro da empresa e na estrada PA-481, após o tombamento de um caminhão no dia 22 de fevereiro, que levava rejeitos químicos da Hydro. As coletas foram feitas entre os dias 25 de fevereiro e oito de março.
No rio Murucupi, nas amostras coletadas no trecho entre a comunidade Vila Nova e as nascentes, foram encontrados alumínio, ferro, arsênio, cobre, mercúrio e chumbo acima do que prevê a legislação. Lima recomenda que as águas do rio não sejam usadas para o consumo humano, recreação ou pesca. Ele ainda ressalta que os relatórios apresentados pela empresa Hydro sobre os rios e igarapés do entorno são “falhos e insuficientes”.
Diante de novos resultados, o Instituto Evandro Chagas (IEC) recomenda que a empresa continue fornecendo água potável para as comunidades impactadas até o final do período de chuvas na região. (pulsar/brasil de fato)