O negociador de paz das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Joaquín Gómez, anunciou na última quinta-feira (10) que o grupo deseja acertar um novo prazo com o governo colombiano para firmar o acordo de paz que se encontra em negociação. A data limite estabelecida previamente era 23 de março. O presidente do país, Juan Manuel Santos, também declarou que não firmaria “um mau acordo” apenas para cumprir o prazo.
A declaração de Gómez foi feita em Havana, capital cubana, sede das negociações desde 2015. Segundo ele, “não há condições” de se finalizar o acordo em março.
Há seis meses, o governo colombiano anunciou a ida de Juan Manuel Santos a Cuba, onde se reuniu com, Raúl Castro, presidente do país caribenho, e o líder das FARC, Timoleón Jiménez, conhecido como Timochenko. Desde então, representantes das duas partes negociam um acordo de paz para pôr fim ao conflito armado que já dura pelo menos três décadas na Colômbia.
Segundo um relatório da organização humanitária CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha), os níveis da violência na Colômbia permaneceram os mesmos em 2015, apesar das negociações de paz. De acordo com o Comitê, ameaças de morte, desaparecimentos e violência sexual foram as principais denúncias registradas entre as 812 possíveis violações de direitos humanos em 2015 na Colômbia. Cerca de 19 mil pessoas teriam sido vítimas dessas violações.
A organização ainda declarou que muitos colombianos não visualizam os avanços dos diálogos e que, mesmo com o acordo, haverá “muito a se fazer para aliviar o sofrimento das vítimas” do conflito, incluindo buscas por 79 mil pessoas que atualmente são consideradas desaparecidas. (pulsar/opera mundi)