Moradores e apoiadores da Vila Autódromo mantém vigília na comunidade, que sofre com mais demolições durante esta semana. Na última quarta-feira (24),foram duas demolições violentas: a Associação de Moradores e a casa da moradora Heloísa Berto. A ameaça maior agora é contra a casa de Dona Penha.
Heloísa Helena Costa Berto, a mãe de santo Luizinha de Nanã, decidiu ficar dentro da casa esperando a hora da demolição. Ali funcionava também o seu terreiro de candomblé. A casa ao lado era da sua filha Anna Raphaela. Quando chega uma ordem de imissão as pessoas da Vila Autódromo já sabem que não serão avisadas sobre a data e a hora em que o trator vai derrubar aquilo que passaram a vida toda construindo.
No fim da tarde desta quarta, quem avisou que estava na hora de dona Heloísa e sua filha perderem a casa e o centro espiritual foi a Guarda Municipal. Dois ônibus lotados de guardas enviados pela prefeitura chegaram antes das cinco horas da tarde. Com eles havia representantes da Secretaria Municipal de Habitação e Cidadania.
As representantes da prefeitura se irritavam com a demora para demolir o imóvel, mas o entra e sai de gente recolhendo os poucos pertences que restavam dentro da casa de dona Heloísa era árduo. Pouco depois das sete horas da noite a prefeitura deu a ordem para o trator fazer o seu percurso irreversível.
Na tentativa de pressionar o governo a rever a ilegalidade de sua ação, uma série de atividades estão sendo organizadas na comunidade. No próximo sábado (27), a partir das dez da manhã, ocorrerá a apresentação da versão atualizada do Plano Popular de Urbanização, feito em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). (pulsar)